Cosmologista sugere que ETs não são baseados em DNA, mas sim em informação
Desde que a humanidade começou a pensar na possibilidade da existência de vida extraterrestre, presumiu-se que ela compartilharia estruturas similares àquelas encontradas aqui na Terra. Vemos as produções de Hollywood que nos dão uma visão curta sobre como a vida alienígena poderia parecer; toda a criatura que vemos nas telas dos cinemas apresentam uma forma de vida com base em carbono ou silício. Alguns cientistas, por outro lado, acreditam que esta representação esteja errada.
Diferentemente da corrente principal da indústria cinematográfica, a série “O Guia do Mochileiro das Galáxias“, do falecido Douglas Adams, nos conta sobre um personagem fictício chamado Hoovooloo, descrito como uma super inteligente sombra da cor azul. Esta demonstração de imaginação indomável é a característica da maioria dos homens visionários que previram muitas invenções, as quais acabaram sendo criadas mais tarde (ex.: Júlio Verne), assim não está excluído encontrarmos uma vida inteligente que para a nossa compreensão atual não passa de uma metáfora.
O Dr. Paul Davies e a co-autora, Dra. Sara Imari Walker, do Beyond Center for Fundamental Concepts in Science, da Universidade Estadual do Arizona, sugerem que uma estrutura orgânica com carne e uma estrutura helicoidal dupla de DNA poderia ser endêmica somente na Terra. A vida no resto do Universo, eles dizem, poderia ser baseada em algo quase inconcebível para uma mente simples: a informação.
A Dra. Sara Imari Walker, da Universidade Estadual do Arizona é co-autora de um estudo com Paul Davies, debatendo sobre a possibilidade da informação, ao invés de químicos, poder ser a base para a vida.
Além disso, Davies e Walker consideram o cenário do envolvimento de um ‘não-físico’, até mesmo uma influência similar à divina, na expansão da vida através do cosmos. As chances são que , quando a humanidade encontrar vida extraterrestre, provavelmente ela não parecerá nem um pouco como nada que temos visto em filmes de ficção científica.
“Sem uma compreensão da ‘vida'”, escreveram Davies e Walker, “podemos ter pouca esperança de resolver o problema de sua origem, ou fornecer um jogo de critérios de propósito geral para a identificarmos em outros mundos”.
A unidade mais básica de DNA é o gene, com os humanos tendo aproximadamente 25,000 deles. Um modelo de computador do genoma humano poderia ser construído através da reposição de cada gene com uma unidade primata do código de computador, conhecido como bit, assim um gene seria igual a um bit; porém os genes são tangíveis, enquanto o bit é um conceito virtual abstrato para ilustrar o comportamento de impulsos elétricos dentro de uma placa eletrônica.
Contudo, Davies e Walker levantam a possibilidade que esta básica divergência entre o real e o virtual poderia ser errônea.
Irrelevantemente do que qualquer pessoa possa chamá-la, o pensamento de que a vida pode não ser completamente compreensível pela física e a química teóricas é interessante e um tanto perturbador. Davies e Walker mantêm suas mentes abertas para a probabilidade de algum tipo de ser metafísico ter um papel ativo, embora muitos físicos rejeitam a ideia de toda a criação ser a marca de uma entidade divina.
A Dra. Maria Cunningham, uma astrofísica e bioastrônoma da Escola de Física da UNSW, aprovou o trabalho de Davies e Walker, mas questionou suas possíveis implicações religiosas.
“A ambiguidade de Davies é deliberada, eu acho”, disse ela. “Desde antes do termo ‘projeto inteligente’ ser criado – indo mais ou menos 25 anos atrás – ele tem mantido que os parâmetros e constantes de nosso Universo particular são tão afinados que o faz questionar se isto se trata somente de uma coisa aleatória. É algo que os físicos e filósofos têm falado a respeito por um longo tempo. Eu acho que talvez [Rene] Descartes foi um dos primeiros a realmente vir com a ideia de que deva haver algo separado para a vida – que ela não pode ser somente um processo mecanístico.”
Cunningham apontou a recentes estudos, os quais revelam que o cianureto de hidrogênio e o sulfato de hidrogênio (também encontrados livremente no espaço), quando expostos à luz ultravioleta, formam ácidos nucleicos, amino ácidos e lipídios, que são os blocos básicos da vida. Estes e outros projetos similares de pesquisa podem um dia responder a questão de como a vida existe, sem a referência à uma nova ciência ou velhos deuses.
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Fonte: ufoholic.com