Esta bactéria ama mais a Estação Espacial do que a Terra
O astronauta Scott Kelly diz ter gostado de viver na Estação Espacial Internacional (sigla em inglês – ISS) por quase um ano, mas os testes de volta à Terra mostram que seu corpo discorda de sua declaração. Mas este não é o caso com uma bactéria que na verdade prospera dentro da ISS. Seria ainda muito cedo para fazer um filme sobre isto?
O Projeto MERCCURI (Microbial Ecology Research Combining Citizen and University Researchers on ISS) é o trabalho da Universidade da Califórnia, e uma ação um tanto anormal entre organizações científicas e públicas, inclusive a Science Cheerleader – que é um grupo de cheerleaders (animadoras de torcidas) antigas e atuais que estão tentando seguir uma carreira em ciência e matemática.
O Projeto MERCCURI envolve o envio de 48 tipos diferentes de bactérias terrestres à ISS, para ver como elas crescem sob as condições da estação espacial. De acordo com o Dr. David Coil, microbiólogo da Universidade da Califórnia em Davis e autor do estudo publicado no PeerJ, as cheerleaders tiveram um pronto acesso à uma variedade de bactérias, devido ao fato de trabalharem em lugares com armários de vestiários, os quais são bem parecidos com a ISS.
O ambiente morno, úmido e rico em oxigênio da ISS é bem diferente do vácuo do espaço.
Após um período de tempo na ISS, 47 das 48 bactérias provaram que o Dr. Coil estava certo, pois se comportaram exatamente como elas teriam se comportado aqui na Terra no piso de um chuveiro, ou dentro de um tênis fedorendo.
A exceção foi o micróbio chamado de Bacillus safensis, que cresceu 60% mais no espaço do que na Terra. Se esse nome for familiar, B. safensis foi primeiramente descoberto na espaçonave e nas superfícies de montagem do Centro Espacial Kennedy na Flórida, e no Laboratório de Propulsão Espacial da NASA, na Califórnia. Infelizmente, estas bactérias foram descobertas após os jipe sondas, que foram expostas a ela, terem sido enviados a Marte em 2008. (Olha aqui a perfeita desculpa da NASA para alegar que a vida microbiana encontrada em Marte veio da Terra com os jipes-sonda.)
O destino da B. safensis possivelmente enviada à Marte é desconhecido. A causa de seu crescimento anormal dentro da estação espacial está sendo estudada, como também está sendo seu genoma sequencial, que foi recentemente determinado.
O Dr. Coil explica o porquê:
“A compreensão de como os micróbios se comportam em microgravidade é criticamente importante para o planejamento de voos espaciais tripulados de longa duração, e também tem a possibilidade de fornecer novas visões de como estes micróbios se comportam em ambientes construídos por humanos na Terra.”
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Fonte: mysteriousuniverse.org