Lobista diz que 2016 poderá ser o ano do desacobertamento da realidade extraterrestre
O jornal The Washington Post publicou em 11 de dezembro passado o seguinte artigo, escrito por Ben Terris, a respeito do defensor do desacobertamento da realidade extraterrestre, Stephen Bassett:
Um dia, há quase 20 anos, Stephen Bassett percebeu que os abduzidos por OVNIs precisavam de um lobista.
Ele despendeu quatro meses trabalhando para o Programa para Pesquisa de Experiências Extraordinárias, a partir de uma casa geminada modesta em Cambridge, estado de Massachusetts – EUA, quando teve a epifania: Ele podia continuar sua pesquisa com John Mack, a principal autoridade em abduções alienígenas, para o resto de sua vida – mas isto nunca faria a diferença.
“Percebi que isto não era um problema científico, mas sim político”, disse ele. Eles poderiam empilhar evidências de encontros extraterrestres desde o jardim da Casa Branca até a Lua, e ninguém se importaria. O que o assunto precisava era alguém que pudesse fazer com que aqueles que estão no poder ouvissem.
O assunto ‘alienígena’ estava realmente esquentando em 1996, com o campeão de bilheterias “Independence Day“, e Bassett preocupou-se que alguém mais teria a mesma ideia. Assim, ele deixou seu trabalho voluntário, carregou seus pertences para dentro de um Mazda RX-7 detonado, e dirigiu até Washington.
“Eu chego lá, eu protocolo”, a documentação de lobista, lembrou ele. “Sou o primeiro. Dezenove anos mais tarde, ainda sou o único. Eu poderia ter esperado.”
Bassett, um homem calvo com olhos expressivos que parecem ir de azul para verde, tem por muito tempo tido uma meta: Conseguir com que o governo admita que tem estado acobertando provas de visitas extraterrestres. Isto tem sido uma batalha solitária, mas ele está convencido que as estrelas finalmente se alinharam para sua teoria convoluta, que envolve os Clintons, John Podesta – conselheiro deles por muito tempo, e um bilionário agora falecido.
“Quero ver o desacobertamento até as eleições primárias de New Hampshire” disse ele limpando migalhas de sua camisa preta e gravata violeta, durante um almoço no National Press Club, este mês. “E não posso mostrar que isto irá acontecer.”
Bassett nasceu em 1946, numa família militar que se mudava por todo o país. Ele lia ficção científica, construía aeromodelos e gostava de jogar boliche e tomar milkshakes nas bases militares. Seu pai raramente conversava com ele e brigava constantemente com sua mãe. E Bassett teve dificuldades com tendências obsessivas-compulsivas.
Ele ingressou na Georgia Tech justamente quando os Estados Unidos estava em guerra no Vietnã. Embora ele tenha evitado o recrutamento, o conflito denegriu sua visão do mundo. Havia muitos segredos sendo mantidos, ele sentia; seu país parecia estar no caminho para o desastre.
Após a faculdade, ele despendeu um par de décadas sem meta, fazendo freelance como tenista profissional e consultor de negócios, subsidiados por uma herança de seu pai. Então, um livro mudou sua vida.
O livro era intitulado “Abduction: Human Encounters with Aliens” e diferentemente de outras literaturas sobre o assunto, foi escrito por um aclamado estudioso: Mack, um psiquiatra de Harvard, ganhador do Prêmio Pulitzer. Mack, que morreu em 2004, começou sua pesquisa como um cético, investigando dezenas de pessoas que primeiramente ele presumiu sofrerem de doença mental. No final, ele não tinha tanta certeza disso.
“Sim, eu levo a sério as histórias destas pessoas”, disse Mack para o jornal Chicago Tribune, em 1994. “Sim, acho que eles estão falando a verdade.”
Bassett, o geek de ficção científica sem um senso de lugar no mundo, finalmente encontrou algo para dedicar sua vida.
Em 1961, o astrônomo Frank Drake elaborou uma equação para estimar a abundância de civilizações alienígenas comunicativas.
“É 10.000 que podemos detectar”, ele disse ao The Washington Post no começo deste ano, mas “há muitas mais”.
Considerando-se a vastidão do Universo, não é loucura imaginar que alguém esteja lá fora. Uma teoria do porquê de não termos [oficialmente] encontrado ninguém: Talvez todas as civilizações avançadas estão fadadas a descobrir uma tecnologia que as destruirá antes de terem a chance de comunicar com outras civilizações.
Este é um cenário muito frio. Não é para menos que muitos terráqueos se apegam a uma teoria mais otimista, de que as visitas alienígenas têm ocorrido, mas o governo conspirou para acobertá-las. De acordo com uma enquete publicada pelo Huffington Post no início deste ano, aproximadamente metade dos estadunidenses acreditam em algum tipo de vida alienígena, e um quarto destes acham que visitantes vieram até a Terra.
Todavia, obter reunião no Capitol Hill não foi fácil para um defensor, o qual acredita que alienígenas pousaram em Roswell em 1947, e que os líderes da nação criaram o “Embargo da Verdade” para manter a informação em segredo.
“Ninguém lá nem sequer quer mencionar isto”, disse Bassett.
Em 2013, incapaz de conseguir algo próximo de uma audiência congressional real, ele criou uma. Com US$1 milhão em doações de um canadense, Bassett pagou ex-membros do Congresso estadunidense, tal como Mike Gravel (senador para o Alaska) e Roscoe Bartlett (congressista para Maryland), US$20.000 para despenderem uma semana no National Press Club, ouvindo testemunhos sobre casos de OVNIs.
As horas de testemunhos – de ex-oficiais da Força Aérea dos EUA, que acreditam ter visto espaçonaves, ou relatos de animais encontrados dissecados em pastos – levaram a algumas histórias alegres, mas nenhum movimento com qualquer membro do Congresso. Então veio uma mensagem no Twitter visualizada ao redor do globo.
A mensagem veio de Podesta, o ex-assessor de Bill Clinton na Casa Branca, quando deixou o cargo após 11 meses como conselheiro especial para o Presidente Obama.
“E para terminar, meu maior fracasso de 2014: Uma vez mais não conseguir o #desacobertamento dos arquivos OVNI…”, ele enviou pelo Twitter em 13 de fevereiro.
A mensagem foi replicada milhares de vezes e alcançou os repórteres da mídia corporativa por todo o país – na maioria das vezes apresentada como sendo uma piada. Mas para Bassett e pessoas que acreditam, isto não pareceu nem um pouco como humor irônico no Twitter. Era algo grande.
Na verdade, Podesta é provavelmente a coisa mais próxima de um aliado neste assunto. Ele é um fã dos “Arquivos-X“, que tem pedido por uma transparência maior quanto a assuntos relacionados aos OVNIs, e escreveu o prefácio de um livro best-seller intitulado “UFOs: Generals, Pilots, and Government Officials Go on the Record”. Ele escreveu: “Está na hora de descobrir a verdade do que realmente está lá fora”.
O fato de Podesta ter se tornado o diretor da campanha presidencial de Hillary Clinton deixou pessoas como Bassett entusiasmadas.
“Você simplesmente não envia isso”, disse Bassett. “Isto significa algo.”
Pelo que Bassett diz, os Clintons têm estado envolvidos com o assunto OVNI desde 1993, quando o bilionário Laurance Rockefeller – neto de John D. Rockefeller, fundador da Standard Oil – começou a contatá-los para liberação de toda a informação sobre extraterrestres que tivesse acesso.
Por três anos, Rockefeller enviou correspondência e se reuniu com membros do Gabinete de Politicas para Ciências e Tecnologia da Casa Branca, de acordo com os resultados de um pedido através do Ato de Liberdade da Informação, protocolado por Grant Cameron, um pesquisador canadense. Em 1995, Hillary Clinton se reuniu com Rockefeller em sua fazenda. Um memorando do escritório do então diretor, John H. Gibbons, a alertou que Rockefeller “quer falar com você sobre seu interesse em percepção extrassensorial, fenômenos paranormais e OVNIs“.
“Eles estavam engajados com o assunto ET, a pedido de um bilionário, e não houve cobertura [da imprensa]”, disse Bassett.
Ainda, como isso pode sugerir que o governo está abrindo seus supostos arquivos sobre a visita extraterrestre antes das primárias de New Hampshire?
“Acredito que a equipe de Clinton calculou que não podem se sustentar até as eleições sem primeiro lidar com o assunto ET”, ele disse. “Mas, quais são as opções dela? Se ela chamar por uma conferência de imprensa e dar a isso muito peso, ela ainda terá que lidar com a questão fundamental do porquê de não ter falado sobre isto nos últimos 23 anos. A alternativa é a de disparar a imprensa para perguntar a ela sobre isto… Então ela pode mensurar exatamente a quantidade de peso que ela quer dar a isto.”
Bassett acredita que a mensagem no Twitter foi intencionada como isca para a mídia.
Um pequeno problema com a teoria: Tanto a campanha de Clinton quanto o escritório de Podesta recusam comentar sobre esta história.
OK, vamos ser reais. Poucas pessoas vão levar Bassett a sério.
“Ele faz declarações que são completamente improváveis e se coloca na margem”, disse Leslie Kean, que escreveu o livro sobre OVNIs no qual Podesta contribuiu.
Sim, tem existido fenômenos inexplicáveis no céu, ela disse, e certamente o governo deveria investigar. Mas alegar que alienígenas têm interagido com pessoas simplesmente prejudica a causa. “Suas ideias são tolas e torna difícil para pessoas sérias fazerem progresso”, ela disse.
Mesmo aqueles que apoiam Bassett expressam dúvida sobre o quão perto estamos da verdade.
“Ele é uma das pessoas mais exageradamente otimistas que já conheci“, disse Joseph Buchaman, colega pesquisador. “Acho isto afetuoso, mas não sei se isto está tão próximo de acontecer quanto ele acredita.“
Bassett sacrificou muito para o que ele chama de “o grupo defensor menos financiado da história”. (Ele diz que recebe entre US$15.000 e US$20.000 em doações por ano.) Muitas vezes ele dorme nos sofás de patrocinadores. Possui pouco tempo para vida social.
“Seria agradável ter uma companheira, alguém para compartilhar isto, ou um filho que poderia provavelmente ir até as estrelas”, disse ele “Mas aquele navio já zarpou.”
Parece ser uma causa estranha para doar a sua vida. Mas Bassett vê uma missão maior. Desvendar a verdade sobre alienígenas é realmente só o começo.
“Uma vez que isto ocorra, você verá uma mudança no foco do mundo”, diz ele. “Mais transparência, mais comunicação entre os países, e uma era de reformas.”
Se pelo menos as pessoas na Terra percebessem que há algo maior do que nós lá fora, disse ele, “talvez então poderemos colocar de lado as diferenças tolas que podem nos destruir“.
Muitas pessoas rezam pela paz mundial. Será tão estranho assim que Bassett procura ajuda que vem de cima?
Stephen Bassett liberou uma nota há poucos dias, contestando muitos dos pontos cobertos na reportagem, dizendo que se trata da forma tradicional e desrespeitosa que a imprensa sempre trata o assunto.
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Fonte: The Washington Post