O seguinte texto foi enviado pelo leitor Rafael dos Santos Ribeiro:
Muitos cientistas procuram por vida inteligente no espaço, mas poucos procuram entender o que vem a ser um “ser Inteligente”. Por falta de opção usamos nós mesmos como modelo de vida inteligente, mas a inteligência ou não de uma espécie pode ser diferente da que estamos buscando, a ponto de não conseguirmos entender se tal criatura é ou não realmente inteligente, baseados em nosso conceito limitado de inteligência.
Quando cientistas e estudiosos da área procuram por vida inteligente em outros planetas, usam pré-requisitos que nos tornam seres inteligentes como emissão de sinais de rádio, traços que podem indicar tecnologia (como sinais de calor ou radiação) ou padrões como emissão de poluentes na atmosfera de planetas longínquos. O problema é que não temos um padrão universal que determina o que seres inteligentes podem ou não fazer.
Vamos usar dois exemplos para facilitar:
· Uma raça que possui uma forma de pensar que consideramos irracional ou erratica: Podemos pensar que criaturas tão ou mais inteligentes que nós usem ou saibam de tecnologias e conhecimentos parecidos conosco, mas imaginem uma civilização avançadíssima em termos espirituais e religiosos que, por motivos culturais ou evolutivos, ignoram ou não usam mais padrões de inteligência padrão como a matemática convencional (considerado como linguagem universal) ou não construam naves e aparatos tecnológicos porque simplesmente eles não se interessam. Tais criaturas altamente espiritualizadas são mais ou menos inteligentes comparadas à nossa inteligência materialista? Seriam essas criaturas que abandonaram o uso prático da matemática para expressá-la em desenhos (os famosos crop-circles) para se comunicarem, mas, por não entendermos de forma clara a mensagem, a tratamos como algo irracional ou sem sentido?
· Seres tão diferentes de nós que nem conseguimos entender o que eles são: Pode parecer estranho, mas pode ser possível que tenhamos feito contato e simplesmente não entendemos a mensagem. Isso pode se dar por vários motivos, como terem conhecimentos que não possuirmos ou nossos sentidos não compreendem. Vamos usar como exemplo nossa visão. Nossos olhos trabalham com uma faixa no padrão de luz em que nossos cérebros conseguem interpretar e dar uma forma ou significado. Mas e se esses seres vivessem e possuíssem corpos que emitem um padrão de luz diferente do que nossos olhos conseguem captar? Eles seriam literalmente invisíveis para nós. Seres com corpos etéreos podem, em vão, tentar se comunicar conosco da mesma forma que nossos telescópios podem ver seus planetas e não acharem nada.
Esses dois exemplos são apenas suposições do porque aparentemente parecemos estar sozinhos no universo. Será que não estamos esperando ver homens verdes descendo de suas naves de luz de forma tão convicta que simplesmente ignoramos outros padrões de inteligência no universo? Pegue por exemplo os nossos golfinhos. Esses seres são extremamente inteligentes (alguns dizem que só perdem para humanos), mas anos de estudo de sua linguagem não nos mostraram nada e mesmo assim estudos recentes sugerem que os golfinhos chamam seus semelhantes por nomes e vivem em grupos tribais. Agora imagine isso em âmbito universal.
Creio que antes de apontarmos nossos telescópios para o espaço procurando vida inteligente devemos considerar o que é inteligente, senão estaremos limitados a encontrar seres iguais a nós.
– Rafael dos Santos Ribeiro
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