Nosso leitor João Hernández nos enviou um texto de sua autoria, descrevendo sua perspectiva quanto a religião e o fenômeno dos OVNIs.
Veja o texto abaixo e, concordando com seu ponto de vista ou não, respeitosamente comente se lhe convir:
Há muito tempo venho lendo o Ovni Hoje e, claro, lendo os seus comentários. Devo avisar que sou evangélico, mas em nenhum momento deixei de acreditar em vida fora da terra.
Deixem-me apresentar-me. Meu nome é João Hernández, quarto filho de uma família de cinco irmãos. Fui criado para ser de esquerda, revolucionário e ATEU. Sim, ateu. Meu pai foi um ex seminarista e desenvolveu um ódio contra qualquer tipo de religião, muito por ter sido apartado do convívio familiar para ser padre (cabe um parênteses aqui: meu falecido pai é chileno e na época de sua infância era muito comum que as famílias desejassem que um dos filhos fosse padre; o escolhido foi ele).
Isto posto, vamos a algumas coisas. Morei em Gramado, na serra gaúcha. Foi lá que pela primeira vez vi um OVNI. Hoje, sinceramente, é possível que minhas memórias me levem a crer uma coisa mais fantasiosa com luzes coloridas que giravam na parte inferior e um formato de disco perfeito, com um leve zumbido. Tenho isso fresco na minha memória até hoje, deveria ter uns 5 anos. O desenho em anexo (à direita) é o mais próximo do que eu lembro de ter visto.
Numa outra oportunidade meus pais e meus irmãos presenciaram outro fenômeno igual a esse na madrugada. Meu pai saiu para olhar o céu depois de trabalhar até de madrugada, viu algo diferente e voltou para chamar o resto da família. Desgraçadamente eu já estava dormindo e ninguém me chamou, fato que despertou a minha revolta, pois eu me interessava demais pelo assunto.
“Na casa de meu pai há muitas moradas” João 14 – 2
Vivi sem fé durante 35 anos da minha vida, me prontificava a discutir religião com qualquer um e me vangloriava de que poderia destruir qualquer argumento bíblico baseado no meu ateísmo ou em qualquer método científico.
Li o livro de von Däniken e me convenci de que a bíblia era um rico relato sobre seres de outros planetas que nos visitaram, principalmente o antigo testamento, onde o profeta Ezequiel descreve quatro seres viventes e sobre eles uma roda dentro da outra.
Quando me converti ao evangelismo pensei ter que renegar a minha parca sabedoria, pois poderia ser visto como um lunático frente a meus irmãos de fé. Pois bem, qual não foi a minha surpresa ao saber que alguns de nós, evangélicos, temos uma crença muito grande em vida extraterrestre?
Estava em meu discipulado, processo pelo qual todo neófito passa para melhor conhecer as coisas de Deus, quando meu discipulador me desafiou com a frase em destaque acima e me perguntou: “O que tu entende dessa passagem?”
Dei a resposta ensaiada: “Que nenhuma igreja é dona da verdade, em muitas podemos encontrar a Deus.”
Ele me olhou, disse que eu era inteligente e me perguntou:
– Qual a morada de Deus?
– Eu poderia dizer que são nossos corações, ou nossas mentes, mas como Ele é Deus, Ele pode morar em qualquer lugar. Porém, como Ele é o criador, sua casa é o universo. – respondi.
– Muito bem, então se a casa Dele é o universo, o que são as moradas?
– Talvez as galáxias, ou os planetas…
– Exatamente, tu acredita em ET’s?
– Sim, acredito! Seria prepotência demais pensarmos que estamos sozinhos no universo, mas apesar de tudo, nos faltam provas concretas. (Até então eu não havia me dado conta de onde ele queria chegar.)
– Então, João, se a casa do pai, que é o universo, tem muitas moradas, que seriam os planetas, tu ainda está esperando provas de que existe vida fora da terra?
A conversa me pegou tão de surpresa que eu não sabia o que responder. A resposta estava na nossa frente por tanto tempo, mas o ceticismo religioso não nos permitia ver, ou as várias interpretações nos levavam para algo muito mais complexo do que o que se tem escrito pelo apóstolo João.
Passado o choque desafiei e perguntei se os ET’s eram demônios. Queria ver a explicação para tal revelação, pois fiquei com um pé atrás sobre tamanha naturalidade com que o fato foi tratado.
Miro, meu discipulador, calmamente respondeu: “Acredito que existam os bons e os maus, como temos pessoas boas e más aqui na Terra, mas todos eles são criaturas de Deus.”
Nem preciso dizer que saí perplexo. Acreditava que a visão era muito estreita para se admitir a vida em outros planetas, mas fui combatido com argumentos bíblicos e a verdade me libertou.
Poderia colocar a evidência de Deus em tantas outras coisas, como o fato de só existirmos porque um meteoro de proporções nababescas acabou com répteis gigantes e permitiu que mamíferos evoluíssem até que tivéssemos o primeiro hominídeo. Ou ainda o fato de que cada um dos 20 bilhões de humanos que devem ter habitado a terra desde as suas origens terem digitais diferentes, que não se repetem nem em gêmeos idênticos, o processo reprodutivo que nos permite passar de um espermatozóide microscópico a um ser com 1,91m de altura (meu caso).
Não creio no criacionismo, de que o homem teve a vida soprada em suas narinas, mas acredito no criacionismo do universo.
Certa vez, no meu tempo de ateísmo, conversava com um professor de física e disse a ele que me parecia ridículo a ideia de que um Deus tivesse criado o universo. Ele me perguntou o seguinte: “Quem criou o big bang?”
Ao ficar sem palavras ele me disse calmamente: “Se algo existe e tu não sabe quem criou ou como surgiu, a resposta sempre será Deus! Pode perguntar isso para qualquer físico no Mundo.”
Como podem ver, ciência, religião e ufologia não andam tão distantes assim. Basta que tenhamos respeito por cada tipo de visão e entendimento.
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará!” João 8 – 32
– João Hernández
