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Novo tipo de astronomia investiga objetos misteriosos no espaço sideral e pode encontrar ET

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Imagem por Denise Coleman via Flickr
Conjunto de rádio telescópios. Imagem por Denise Coleman via Flickr

Em 2007, o astrônomo Duncan Lorimer estava pesquisando pulsares em dados colhidos há nove anos antes, quando encontrou algo que não esperava e não podia explicar: um pulso de ondas de rádio que parecia vir de fora da nossa galáxia, e que durou somente 5 milissegundos, mas possuía tanta energia quanto o Sol libera em 30 dias.

Pulsares, os objetos originais que Lorimer estudava, são suficientemente estranhos.  Eles são grandes como cidades e densos como o núcleo de um átomo, e cada vez que giram (podendo ocorrer centenas de vezes por segundo), eles enviam um facho de rádio em nossa direção, como um farol.  Mas o único pulso que Lorimer encontrou era ainda mais estranho, e por anos os astrônomos nem mesmo podiam decidir se era real.

Tic, Tac

O pulso em questão pertence à uma classe de fenômenos conhecidos como “transientes rápidos de rádio” – objetos e eventos que emitem ondas de rádio em escalas de tempo ultra curtas.  Eles podem ser causados por labaredas de estrelas, colisões entre buracos negros, relâmpagos em outros planetas, e RRATs – Rotating RAdio Transients (Transientes Rotacionais de Rádio), os quais são pulsares que somente se acendem quando querem.  De forma mais especulativa, alguns cientistas acreditam que civilizações extraterrestres poderiam estar enviando fachos rápidos de rádio para o espaço.

O interesse dos astrônomos nos transientes rápidos de rádio está só começando, à medida que computadores reduzem os dados para segmentos de tempo ainda menores.  Os cientistas chamam este tipo de análise de “astronomia de domínio de tempo“.  Ao invés de focar somente nos comprimentos de onda de luz que um objeto emite ou o quão brilhante ele é, a astronomia de domínio de tempo investiga como essas propriedades mudam à medida que os segundos, ou milissegundos passam.

Na astronomia de domínio de tempo, os astrônomos essencialmente deixam o obturador do telescópio aberto por algum tempo, como você faz quando usa sua câmera fotográfica à noite.  Com esta longa exposição, mesmo se o pulso de rádio for forte, ele poderia facilmente desaparecer no fundo.  Mas com uma amostragem rápida – em essência, tirando uma foto atrás da outra – é mais fácil ver as coisas que passam rapidamente e depois desaparecem.

A percepção destes sinais curtos já existe há tempos“, disse Andrew Siemion, que pesquisa o domínio de tempo por sinais de inteligência extraterrestre. “Mas foi somente na última década, aproximadamente, que tivemos a capacidade computacional para procurar por eles.

Astronomia Estranha

Siemion acredita que o rápido crescimento deste campo de estudo irá revolucionar a astronomia como um todo, não somente para sua própria busca por ET. “A história tem nos mostrado que toda a vez que olhamos no ‘espaço parâmetro’ em astronomia – toda a vez que desenvolvemos uma capacidade de enxergar de nova forma – encontramos algo“, disse ele. “Eu acho que a nossa exploração do domínio do tempo está somente começando.  Iremos encontrar coisas que nunca esperávamos.

A descoberta de Lorimer, que leva o seu nome, é uma das tais descobertas inesperadas.  Inicialmente, a procura por sua misteriosa origem energizou o campo.  “Todo mundo estava realmente animado“, disse sua parceira em pesquisa, Maura MacLaughlin, que descobriu RRATs pela primeira vez. “Pensávamos que o pulso Lorimer poderia ser um novo tipo de fonte.  Alguns teóricos sugeriram que era um buraco negro evaporando, ou uma ‘faísca’ de uma corda cósmica supercondutora.”

São possibilidades exóticas.  Mas alguns cientistas não acham que foi real.  Por muito tempo, Lorimer foi o único que encontrou o pulso aparentemente extragaláctico, e as dúvidas começaram a chegar.  “Tudo que tínhamos eram poucos milissegundos de dados do final da década de 1990“, disse MacLaughlin. “Até mesmo numa conferência alguém levantou e disse, ‘Quantas pessoas aqui acreditam no pulso de Lorimer? Levantem suas mãos.’ Mas Dunc sempre acreditou nos seus pulsos.

Encontrado Novamente

Então, em 2010, um outro grupo viu algo similar.  Porém, estas explosões pareciam ter vindo de relâmpagos na Terra. Muitos na comunidade associaram o pulso de Lorimer com estes eventos terrestres, rejeitando a evidência de que aquele pulso tinha viajado por uma longa distância até chegar no nosso planeta.

Finalmente o pulso de Lorimer recebeu validação em julho de 2013, quando uma equipe da Universidade de Manchester captou quatro pulsos com propriedades similares.  A evidência sugere fortemente que as ondas de rádio vieram de galáxias muito distantes.

Mas, outra equipe da Centro Harvard-Smithsoniano para a Astrofísica, sugeriu em dezembro que os pulsos sejam “mundanos” (palavras de birra!), de estrelas em nossa própria galáxia.

Assim, apesar de agora ser muito provável que os pulsos de Lorimer venham do espaço, os argumentos continuam sobre ‘de onde’ no espaço.  o tamanho de um ‘pixel’ numa imagem de um rádio telescópio é muito maior do que um pixel de uma imagem ótica.  Ele contém milhares de estrelas próximas superpostas sobre centenas de milhares de galáxias distantes, e a tarefa não muito invejável dos astrônomos é a de combinar os pulsos com uma daquelas muitas fontes.  Esta tarefa é particularmente difícil quando o sinal aparece sem qualquer aviso e então desaparece repentinamente.

ET Telefona Rapidamente

A astronomia de domínio de tempo nos informou sobre os pulsos de Lorimer, e algum dia, com um pouco de sorte, ela nos contará o que esses pulsos realmente são.  Mas coisas ainda mais estranha podem ser esperadas. “Os pulsos de Lorimer são somente uma pista da incrível diversidade do fenômeno que provavelmente encontraremos quando procurarmos por transientes rápidos“, disse Siemion.

E esta diversidade poderá algum dia incluir organismos extraterrestres.

A procura por alienígenas inteligentes – uma missão conhecida como SETI (sigla em inglês para ‘Procura por Inteligência Extraterrestre’) – não é nova.  Mas a caça por mensagens instantâneas, é.

O SETI tem historicamente focado em sinais que são contínuos no tempo, mas estreitos em frequência“, disse Siemion.  O equivalente na Terra são as estações de rádio: elas transmitem todo o tempo, mas ocupam somente um ponto da faixa FM.

Contudo, “por volta da última década, tem-se percebido que algo muito estreito em frequência ou em tempo é interessante do ponto de vista do SETI“, disse Siemion.  Em outras palavras, qualquer sinal de rádio que parece ser artificial e proposital poderia na verdade ser exatamente isto: artificial e proposital.

Observatórios como o Conjunto de Telescópios Allen, administrado pelo Instituto SETI, e o Conjunto de Baixa Frequência para Rádio Astronomia (sigla em inglês, LOFAR), na Holanda, estão planejando vigiar amplas partes do céu, para captarem ‘blips‘ que poderiam ser de ETs, ou de objetos espaciais que estejam girando.  Outros observatórios, como o Conjunto Muito Grande, do México, estão instalando em suas antenas novos instrumentos que são sensíveis aos transientes, deixando os telescópios executarem astronomia de domínio de tempo enquanto continuam com seus trabalhos normais.

Parcerias

Todos os tipos de astrônomos de domínio de tempo trabalham juntos – e isso não é somente para afastar a solidão que vem do estudo de coisas elusivas por definição.  Os diferentes grupos beneficiam de parcerias nos projetos de engenharia, melhorando o maquinário e o software para olharem para dentro das ‘peças de mudança rápida’ do Universo. “Em algum momento, os cientistas do SETI e os cientistas de pulsares começaram a trabalhar juntos para construir nossos dispositivos de forma similar“, disse Siemion.

Ambos os grupos esperam que sua colaboração possa gerar recompensas, revelando a natureza das explosões cataclísmicas ou, potencialmente, revelar nossos companheiros cósmicos.  Seja lá o que for, pensar no cosmos como um lugar que muda a cada milissegundo é certamente alterar a nossa compreensão dele.  “Logo que encontramos uma forma de olhar para o Universo de maneira diferente, enxergamos um novo fenômeno“, disse Siemion. “O melhor está por vir.

n3m3

Fonte: blogs.discovermagazine.com

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