Seriam os humanos a primeira vida inteligente a surgir na Via Láctea?
À medida que a vida evoluiu, sua complexidade aumentou exponencialmente, exatamente de acordo com a Lei de Moore, a qual estipula que o número de transistores em um circuito integrado dobra a cada dois anos, aproximadamente. Os geneticistas, Alexei Sharov, do Instituto Nacional do Envelhecimento, em Baltimore – EUA, e Richard Gordon, do Laboratório Marinho de Espécimes do Golfo, na Flórida, inferiram esta tendência em reverso e descobriram que, através da medida da Lei de Moore, a vida é mais velha do que a própria Terra.
A equipe retornou a Lei de Moore para a complexidade zero e para a origem da vida, através da mensuração da complexidade da vida e da taxa pela qual ela aumentou, desde procariotos para eucariontes, até criaturas mais complexas, tais como vermes, peixes, anfíbios e finalmente mamíferos. O resultado é um aumento exponencial idêntico daquele por detrás da Lei de Moore, com o dobro de tempo, porém, expandindo para 376 milhões de anos, ao invés de dois.
A utilização de regressão linear da complexidade genética em uma escala inferida em reverso até somente um par base, sugere que a vida tenha surgido há 9,7 bilhões de anos. Esta escala de tempo cósmica para a evolução da vida possui uma importante consequência: a vida levou 5 bilhões de anos para alcançar a complexidade de bactérias; os ambientes nos quais a vida originou e evoluiu até o estágio de procariotos podem ter sido bem diferentes daqueles contemplados na Terra. Assim, eles sugerem que, se a vida demora 10 bilhões de anos para evoluir até um nível de complexidade associada como Homo sapiens, então podemos estar entre as primeiras, senão a primeira, civilização inteligente na Via Láctea, o que nega a Equação de Drake.
No gráfico acima, a complexidade de organismos, como medida pelo comprimento de DNA não redundante e funcional, por genoma contado pelo par base de nucleotídeos (bp), aumenta linearmente como tempo (Sharov, 2012). O tempo é contado para trás em bilhões de anos antes do presente (time 0). Credito: arXiv:1304.3381 [physics.gen-ph]
Além disso, eles sugerem que a evolução de organismos avançados tem acelerado através do desenvolvimento de sistemas adicionais de processamento de informações: memória epigênica, mente primitiva, cérebro multicelular, linguagem, livros, computadores, e a Internet. Como resultado, o tempo dobrado de complexidade tem ocorrido a aproximadamente cada 20 anos.
Sharov e Gordon também apontam que astrônomos acreditam que a nossa Nebula Solar formou-se a partir dos restos de uma estrela anterior, o que sugere que a vida deste período possa ter sido preservada no gás, poeira e nuvens de gelo originais. Na forma de uma panspermia cósmica, a vida na Terra pode ser a continuação de um processo que começou há muitos bilhões de anos antes da formação de nosso sistema solar.
Ref: arxiv.org/abs/1304.3381: Life Before Earth
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Se esta tese for verdadeira, então as anomalias e o objetos voadores não identificados que têm sido avistados desde nossa antiguidade devem possuir outra explicação, que não a de que sejam alienígenas de outros planetas em nossa galáxia. Ou estamos sendo visitados por seres de outras galáxias ou dimensões/universos, ou então estamos sendo visitados por nós mesmos… do futuro!
Mas o artigo mostrado acima nos mostra somente uma tese de dois cientistas, a qual pode ser desmentida da mesma forma que foi formulada. Aguardemos antes de chegarmos à conclusões precipitadas.
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Fonte: The Daily Galaxy via MIT Technology Review
Colaboração: Marcos Santos