Cientistas deixam macacos mais inteligentes através do uso de implantes cerebrais
Pela primeira vez, cientistas demonstraram que um implante cerebral pode melhorar a habilidade de pensar em primatas. Através do implante de um jogo de eletrodos no córtex cerebral de macacos, os pesquisadores foram capazes de restaurar e até mesmo melhorar suas habilidades de tomada de decisão. As implicações para possíveis terapias são enormes, inclusive para o tratamento em potencial de desordens cognitivas e lesões cerebrais.
Também há a possibilidade de que isso leve a implantes que possam aumentar a sua inteligência. Veja aqui como eles fizeram:
Mapeamento das mentes:
Os pesquisadores do Centro Médico Batista, Wake Forest, da Universidade do Kentucky e da Universidade do Sul da Califórnia, pegaram cinco macacos rhesus e os treinaram para uma tarefa denominada ‘delayed match-to-sample’, que envolve o rastreamento de imagens de brinquedos, de uma pessoa e de uma cadeia de montanhas que ficavam aparecendo em uma grande tela. Após um atraso (delay), os macacos tinham que selecionar a mesma imagem na tela, de um grupo de um a sete imagens. Os macacos foram treinados para trabalhar nesta tarefa pelos últimos dois anos e conseguiram uma proficiência de aproximadamente 75%.
Os pesquisadores (uma equipe liderada por Sam Deadwyler e Robert Hapson), então monitoraram as atividades cerebrais dos macacos para confirmar a localização das áreas requeridas para as tomadas de decisão. Eles prestaram atenção, em particular, àquelas áreas que acendiam quando os macacos obtinham sucesso no jogo de associação.
Para tal, eles usaram uma pequena sonda com dois sensores, que foi parafusada através das testas dos macacos, e para dentro dos seus córtex cerebrais (especificamente duas camadas corticais do cérebro), assim os permitindo gravar a atividade do córtex prefrontal.
Uma vez satisfeitos que o correto mapeamento tinha sido feito, eles administravam cocaína aos macacos a fim de interferir com seus desempenhos de associação nas tarefas. Imediatamente, os desempenhos dos macacos caiam pelo fator de 20%.
Foi nesta hora que os pesquisadores conectavam os dispositivos neurais (input, ou entrada), a fim de estimular os neurônios que os macacos necessitavam para completar suas tarefas. O dispositivo monitorava coisas como o fluxo sanguíneo, temperatura, e a atividade elétrica dos neurônios, enquanto (pelo output, ou saída) os requeridos neurônios individuais eram ativados para a tomada de decisão. Este modelo de input/output, ou i/o, foi capaz de predizer o resultado dos neurônios corticais, e por sua vez entregar o estímulo elétrico ao neurônio apropriado, no momento certo.
Ocorre um melhor desempenho:
Incrivelmente, isto funcionou. Os pesquisadores restauraram com sucesso as habilidades de tomada de decisão dos macacos, embora eles ainda estavam sofrendo os efeitos da cocaína. Além disso, quando o experimento foi duplicado sob circunstâncias normais, o desempenho dos macacos melhorou além do nível de proficiência de 75% apresentado anteriormente. Em outras palavras, um tipo de aumento cognitivo havia ocorrido.
Os pesquisadores esperam aplicar suas descobertas para o tratamento de lesões ou doenças cerebrais, onde grandes áreas do cérebro foram afetadas (como nos casos de demência e AVC). A equipe está confiante que sua tecnologia poderá ser contida em um chip que pode ser implantado no cérebro.
Olhando para o futuro, e presumindo-se que o procedimento se torne seguro e eficaz, esta tecnologia possivelmente poderá até mesmo ser aplicada em humanos saudáveis, para um aumento de suas inteligências.
Os resultados deste experimento foram publicados no Journal of Neural Engineering.
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Fonte: io9.com