Investigação de asteróides pode apontar para vestígios de mineração alienígena
Ao invés de procurar por alienígenas que usam sinais interestelares de rádio para dizer ‘olá’, um estratégia de procura alternativa seria simplesmente a de espionar mega projetos de engenharia que uma civilização possa estar executando. Jill Tarter, uma astrônoma veterana da SETI, chama esta estratégia de ‘SETT – Search for Extraterrestrial Technology‘, ou, em português, ‘Procura por Tecnologia Extraterrestre’.
Os pesquisadores prevêem que a mineração persistente por longos períodos reduziria artificialmente o número de grandes asteróides no cinturão. Seriam deixados para traz somente pequenas rochas e detritos.
Um novo documento científico escrito por Duncan Forgan, da Universidade de Edinbugh na Escócia, e Martin Elvis, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, Massachusets, EUA, sugere que olhemos por evidência de projetos ambiciosos de macro-engenharia, como por exemplo, mineração em ampla escala no cinturão de asteróides. O material de asteróides pode ser minado para a construção de colônias espaciais, satélites, ou até mesmo uma estrutura que o escritor de ficção científica, Larry Niven, chama de ‘ringworld‘, ou ‘mundo em um anel’.
Para nós mesmos, há uma alta demanda por metais preciosos para serem usados em tecnologias como computadores, redes de alta velocidade e telefones celulares. As assim chamadas, ‘tecnologias-verdes’ do futuro, tais como as células de hidrogênio, também causarão uma demanda por recursos raros.
Asteróides, que são detritos não consolidados do nascimento de planetas, fornecem uma gama de elementos e minerais. Amostras de meteoritos sugerem que grandes quantidades de ouro, platina, ferro, níquel, magnésio e sílica, entre outros, são abundantes nestes corpos celestes.
Já encontramos cinturões de asteróides ao redor de outras estrelas. Na verdade, a estrela Epsilon Eridani possui três cinturões concêntricos.
Qualquer civilização, que tenha obtido um nível tecnológico elevado para explorar o espaço sideral, reconheceria os asteróides como uma fonte abundante de matéria prima.
Porém, encontrar anomalias que convincentemente apontariam para o trabalho de outras civilizações no cinturão de asteróides seria muito difícil.
Primeiramente, teríamos que presumir que aquela civilização é muito avançada, pois construiu a infraestrutura de transporte para alcançar e voltar do cinturão de asteróides. Robôs avançados fariam todo o trabalho pesado e transporte do material para as fábricas com base no espaço. Dicas disso poderiam vir de algum desequilíbrio químico no cinturão, causado pela extração de minerais ou elementos específicos.
Segundo, o sistema de asteróide poderia ter a aparência estranha, devido à demolição dos grandes asteróides.
E finalmente, grandes quantidades de poeira, provenientes do trabalho de mineração, poderiam dar ao cinturão uma distribuição de temperatura fora do normal.
Os pesquisadores prevêem que a mineração persistente por longos períodos reduziria artificialmente o número de grandes asteróides no cinturão. Seriam deixados para traz somente pequenas rochas e detritos.
Contudo, os sistemas de asteróides podem ser muito distintos e anormais, assim como os sistemas planetários onde eles residem. Desta forma, somente encontrar anomalias não seria prova conclusiva da existência de mineradores alienígenas de asteróides. O fato de encontrar um cinturão de asteróides anormal pode ser sugestivo de astroengenharia, mas certamente não seria a prova definitiva.
Um programa intenso do SETI pode procurar por sinais de telecomunicações a partir dos cinturões de asteróides. Mesmo assim, o novo programa proposto, SETT, pode ser a maneira mais prática e rápida de encontrar sinais de vida extraterrestre.
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Fonte: news.discovery.com
Colaboração: Diogo Alcantara