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O sinal Wow! ainda pode ser de ETs, diz astrônomo do SETI

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Tempo de leitura: 4 min.

Nos últimos dias a Internet foi inundada com a notícia de que o famoso e misterioso sinal “Wow!” era somente algo gerado pela atividade de cometas. Assim, muitas das pessoas que achavam que o famoso sinal poderia ter sido uma emissão vinda de uma civilização alienígena ficaram tremendamente desapontadas.

Eu até mesmo publiquei um artigo aqui no OVNI Hoje, intitulado “Wow!, o sinal que pensava-se ser alienígena, é provado como sendo natural”.

Porém, seguindo minha intuição e o histórico previsível de todas as notícias deste tipo, fiz questão de escrever ao final do artigo:

Então, até segunda ordem, este caso está encerrado como sendo uma ocorrência natural desencadeada por cometas… é claro, até que alguém mais prove o contrário.

Eu deveria ter apostado, pois agora, em tão curto tempo, a contestação apareceu. E quem postulou o contrário, e de forma muito convincente, foi não outro do que o famoso astrônomo sênior do Instituto SETI (Procura por Inteligência Extraterrestre), Seth Shostak, um especialista em rádio telescópios.  Veja o artigo que ele escreveu no site do próprio SETI:

O sinal Wow! ainda pode ser de ETs
Não percam as esperanças. O sinal Wow! ainda pode ser de ETs.

No SETI não há algo que pode-se dizer “foi por um triz” – ou o rádio telescópio captou um sinal alienígena, ou não captou. “Quase” não existe neste experimento de ‘um bit‘, bem como numa gravidez.

Mas têm havido alguns casos interessantes, e um desses definitivamente possui um status de Lista A: o assim chamado sinal WOW. Perto da meia noite de 15 de agosto de 1977, o enorme rádio telescópio da Universidade de Ohio, conhecido pelos seus amigos como “Big Ear” (Orelhão), registrou um sinal tão impressionante ao astrônomo que estava examinando os registros do instrumento, que ele escreveu “Wow!” na folha impressa do computador.

O sinal tinha todas as característica que alguém anteciparia de um sinal produzido por uma transmissor no espaço profundo. Esta concordância com a expectativa esperançosa, junto com o apelo indubitável do sedutor apelido do sinal, levou a muitos esforços para encontrar o sinal WOW uma segunda vez. Estas tentativas foram feitas em rádio telescópios, tais como o Very Large Array no Novo México e, é claro, no próprio Big Ear. Porém, os resultados foram sempre os mesmo: silêncio.

Então, o sinal WOW parecia destinado a ser um mistério contínuo do Universo – talvez realmente tenha sido um sinal ET lançado em nossa direção, um assobio que foi, ou muito curto, ou muito intermitente.  Ou então, talvez tenha sido algo diferente – tal como uma interferência terrestre.

Contudo, um trabalho publicado há mais de um ano por Antonio Paris e Evan Davis fez uma diferente alegação: Uma solução natural ao quebra-cabeças do sinal WOW. Não foi uma interferência terrestre, problemas com equipamento, e nem mesmo ET; foi uma emissão natural de rádio do gás exalado por um cometa próximo. Hidrogênio neutro é bem conhecido por gerar estática de rádio na frequência de 1420 MHz, o que é realmente a posição do mostrador onde o Big Ear escutou o sinal. E haviam, de acordo com Paris e Davis, dois cometas próximos da direção onde a antena da Universidade de Ohio estava apontando.

Bem, você pode considerar isto uma ocorrência desconcertante: Uma das pistas mais famosas de que alguém no espaço está tentando entrar em contato acaba sendo nada mais do que uma atividade inteiramente insensata de uma bola de gelo no sistema solar. Insatisfatório, sim, mas pelo menos o quebra-cabeças não é um mais um quebra-cabeças.

Exceto que ele ainda é.

A hipótese do cometa, na minha opinião, não funciona. Para começar, há um fato levemente consternador de que nunca ouvi falar de alguém conseguir mensurar fortes sinais de hidrogênio de um cometa, e eu já passei muito tempo operando rádio telescópios a 1420 MHz.  Mas mais do que isto, há uma verdade inconveniente de que o Big Ear foi preparado com duas alimentações – dois receptores, se você preferir. Ambos fizeram a varredura da mesma faixa do céu com 70 segundos de diferença. Uma ‘segunda olhada’ automática.

Mas o sinal WOW só apareceu em um desses receptores. É claro, isso poderia ser explicado se o sinal simplesmente saiu do ar no momento entre as observações pelo primeiro e segundo receptor. A interferência terrestre poderia ser compatível com este requerimento, facilmente. E um sinal de alienígenas impacientes poderia ser compatível também.

Mas cometas do outro lado do sistema solar, como estes estavam, não se movem rápido o suficiente para aparecerem no facho do Big Ear e então desaparecerem um minuto mais tarde. Isto não é lógico, Capitão.

Além disso, há os comentários de Robert Dixon, o rádio astrônomo que foi diretor do Rádio Observatório da Universidade de Ohio, quando o sinal WOW foi encontrado. Ele também aponta que os sinais intensos de hidrogênio vindos de cometas são basicamente desconhecidos. Mas um argumento ainda mais forte de Dixon é o de que os cometas não estavam em lugar algum próximos da linha de visão do telescópio quando o sinal foi encontrado. E isso faz com que este “espetáculo” se encerre.

Recentemente, Bob Gray de Chicago, que encabeçou muitas das tentativas de acompanhar o sinal WOW, se uniu ao Instituto SETI para fazer outros esforços observacionais usando o Conjunto de Telescópios Allen. Você nunca sabe; talvez o bit vai sacudir, e uma transmissão extraterrestre aparecerá explodindo.

Então, sim, é possível (mas não provado) que o sinal WOW tenha sido o resultado de alienígenas enviando um curto ‘ping‘.  Se este for o caso, poderemos um dia captar suas transmissões novamente. Mas não é um cometa que irá finalizar esta história.

– Seth Shostak


Então caríssimas e caríssimos, embora pareça haver ultimamente uma forte corrente para desbancar tudo que possa indicar a possibilidade de atividade extraterrestre, sempre haverá, mesmo no meio científico, algum cavaleiro em armadura de prata que irá nos defender contra os ‘professores da impossibilidade’.

O sinal Wow!, embora não tenha sido provado como proveniente de uma transmissão por alienígenas inteligentes, ainda não matou nossas esperanças de que lá fora, em algum lugar deste infinito Universo, alguém enviou uma mensagem numa garrafa que esbarrou no nosso planeta.

Quem sabe se este esforço tão intenso, que ocorre recentemente, em contrariar aquilo que possa ser uma possibilidade extraordinária não seja um último suspiro de uma ideia moribunda.

n3m3

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