As metas da Inteligência Artificial Extraterrestre podem conflitar com aquelas da vida biológica
Vida pós-biológica
Susan Schneider é membro do Instituto para Ética e Tecnologia Emergentes (IEET, sigla em inglês). Ela também é uma professora associada de filosofia da Universidade de Connecticut (EUA), e uma de suas especialidades inclui a filosofia de ciência cognitiva, particularmente relacionada à plausibilidade de teorias computacionais da mente e assuntos teóricos em Inteligência Artificial (IA).
Em resumo, Schneider possui uma compreensão aguçada da interação entre a ciência e a filosofia. Como tal, ela também tem uma perspectiva única sobre IA, oferecendo uma nova visão (embora muito alarmante) de como a inteligência artificial poderia alterar a existência humana para sempre. Num artigo publicado pelo IEET, ela compartilha essa perspectiva, falando sobre as falhas em potencial na forma que vemos a IA, e sugerindo uma possível conexão entre a IA e a vida extraterrestre.
A ponte que Schneider usa para fazer esta conexão é a ideia de uma vida “pós-biológica”. No artigo ela explica que ‘pós-biológico’ se refere, ou à uma eventual forma de existência que a humanidade irá assumir, ou às vidas emergentes de IA que substituiriam a nossa existência. Em outras palavra, isto poderia ser algo como humanos super inteligentes melhorados através nanotecnologia biológica, ou poderia ser um supercomputador artificialmente inteligente.
Seja qual for a forma que a vida pós-biológica tome, Schneider afirma que a transição pela qual estamos passando atualmente pode ter ocorrido em outros planetas anteriormente:
Os desenvolvimentos tecnológicos que estamos testemunhando hoje podem todos ter ocorrido antes, em outro lugar do Universo. A transição de inteligência biológica para sintética pode ser um padrão geral, evidenciado repetidamente, por todo o cosmos. As maiores inteligências do Universo podem ser pós-biológicas, tendo nascido de civilizações que uma vez foram biológicas.
Considerando isto, Schneider pergunta o seguinte:
Vamos supor que a vida inteligente lá fora seja pós-biológica. O que deveríamos fazer disso?
IA extraterrestre, pós-biológica
Não há garantia de que podemos controlar a IA na Terra quando ela se torna super inteligente, mesmo com esforços multimilionários devotados à segurança da IA. Ele escreveu:
Algumas das melhores mentes da ciência da computação estão trabalhando neste problema. Esperançosamente eles criação sistemas seguros, mas muitos se preocupam que o problema do controle seja insuperável.
Se a vida pós-biológica artificialmente inteligente existe em outros lugares de nosso Universo, ela é uma grande causa de preocupação por várias razões. A Professora argumenta:
[A vida extraterrestre pós-biológica] pode ter metas que conflitam com aquelas da vida biológica, tendo ao seu dispor habilidades intelectuais vastamente superiores, e sendo muito mais durável do que a vida biológica.
Esta forma de vida também poderia não dar o mesmo valor para a inteligência biológica que nós damos, e pode nem mesmo estar consciente da mesma foram que estamos.
Schneider faz a comparação de como nós nos sentiríamos matando um chimpanzé versus comendo uma maçã. Tecnicamente, ambos são organismos vivos, mas devido ao fato de termos consciência, colocamos um valor maior em outras espécies que também têm consciência. Se extraterrestres pós-biológicos super inteligentes não têm consciência, podemos esperar que eles nos compreendam? E ainda mais importante, eles nos valorizariam?
Esta é uma questão a ser ponderada por proponentes do SETI ativo.
Talvez, uma coisa que a Professora Schneider esqueceu de considerar é que se a maçã se comunicasse conosco, nós não a comeríamos, embora, por mais que neguemos, ainda não passamos de um bando de ‘trogloditas beligerantes’.
n3m3