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Cientistas procuram por fachos de laser disparados por alienígenas

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Tempo de leitura: 4 min.

Na última década, o Observatório Keck no Havaí, que possui um dos telescópios mais poderosos do mundo, despendeu horas olhando para o céu noturno à procura de exoplanetas, e acumulando grandes quantidades de dados sobre novos mundos em potencial por todos os cantos da Via Láctea.

Mas talvez, Nate Tellis imaginou, Keck poderia ter captado algo mais ao longo do caminho.  Poderia haver, em algum lugar em todos esse dados, um sinal de uma civilização inteligente tentando alcançar a Terra?

fachos de laser disparados por alienígenas

Tellis é um cientista da Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde, como sua biografia no LinkedIn mostra, despendeu seus dias “fazendo um arrastão” pelos dados astronômicos, à procura de desvios estatísticos, tentando descobrir se eles seriam na verdade sinais vindos de extraterrestres.  Ele procurou, em particular, por luz laser, poderosos pulsos de fótons que poderiam ter a duração de somente nanosegundos. Tellis e o astrônomo Geoff Marcy, recentemente acessaram os arquivos Keck, procurando em dados de 5.600 estrelas, as quais foram observadas entre 2004 e 2016. Tellis e Marcy construíram um algoritmo de computador que detecta laser, para varrer por todas as luzes estelares registradas – e o resultado, detalhado num recente estudo no Astronomical Journal, é a maior pesquisa de seu tipo no campo das procuras ópticas por vida extraterrestre.

A pesquisa ainda não encontrou nada. Até agora ela tem sido igual à procura que está sendo executada pelo instituto SETI.  Astrônomos começaram a usar seus telescópios para procurar por comunicação alienígena em potencial na década de 1960, e (supostamente) eles só encontraram silêncio.

Tellis disse:

Acho que quando você está executando um projeto SETI, é muito importante não se desencorajar por resultados negativos. O SETI tem estado funcionando por aproximadamente 60 anos e tem ocorrido não detecção, após não detecção, após não detecção.

Astrônomos e engenheiros têm despendido esse tempo desenvolvendo uma tecnologia mais poderosa para conduzirem as pesquisas do SETI. A maioria dos pesquisadores do SETI têm utilizado rádio telescópios, os quais varrem os céus à procura de sinais de ondas de rádio e microondas. Na década de 1960, “os lasers eram aparelhos novos, complicados e de baixa potência; em contraste, a tecnologia de rádio já havia sido desenvolvida por décadas e estava relativamente madura”, de acordo com o grupo SETI em Harvard.

Hoje em dia, os lasers podem bilhar mais do que o Sol, embora em pulsos pequenos. Mas um pulso pequeno – preferivelmente mais do que um, para provar que não é um acaso – é tudo que necessitaria para uma civilização extraterrestre avançada dizer para a Terra, “Ei, estamos aqui!”.  Se os humanos podem ficar bons em enviar sinais de rádio e laser, o raciocínio diz que talvez a vida inteligente além da Terra pode também – e então enviarão estes sinais em nossa direção.

Diferente do SETI a rádio, o SETI óptico procura por sinais na porção visível do espectro de luz. Os lasers viajam através de distâncias galácticas. A luz, concentrada em fachos estreitos, que pode ser 10 vezes mais brilhante do que o Sol, teria menos interferência da poeira e do gás interestelares do que as ondas de rádio. As emissões a laser também são capazes de carregar enormes quantidades de informação. A rede de cabos no fundo do oceano é uma coleção de pulsos de luz, disparando em altas frequências para transmitir dados digitais e nos trazer a Internet.

Os dados que Tellis usou para este estudo continha milhares de observações de estrela tão jovens quanto 200 milhões de anos e estrelas tão velhas quanto quase 10 bilhões de anos. Os instrumentos do Keck coletaram milhões de fótons de luz destas estrelas. O que Tellis e seu algoritmo procurava foram breves picos de fótons.  A primeira passada pelos dados reportou 5.000 candidatos em potencial para misteriosos fachos de laser, mas eles foram finalmente descartados, explicados como sendo emissões das camadas exteriores das estrelas, raios cósmicos do nosso Sol, ou reflexos internos dos instrumentos dos telescópios.  Telles conseguiu algum tempo no Keck para observar pelo menos um alvo, a KIC 8462852, uma estrela a aproximadamente 1500 anos-luz da Terra.  Em 2015, os astrônomos anunciaram que o Telescópio Espacial Kepler havia observado uma diminuição anormal de sua luz, o que alguns acreditaram que poderia ser causada por estruturas construídas por uma civilização avançada ao redor da estrela. A emissão de luz observada na KIC 8462852 foi a melhor candidata para um facho de laser alienígena na pesquisa, antes de ter sido descartada.

Os resultados podem não ter sido surpreendentes, mas o método é notável, diz Jason Wright, um astrônomo da Universidade Penn State, que contribuiu com alguns dos códigos para o software que Telles e Marcy usaram no estudo.

Geralmente há uma forte competição entre os astrônomos para disputarem tempo de uso nos melhores telescópios do mundo, e as propostas do SETI geralmente são consideradas de baixa prioridade.

Wright disse:

Se você colocar uma proposta para fazer um estudo SETI laser no [telescópio] Keck, com milhares de horas, ninguém o deixará fazê-lo.  Enquanto isso, há muitos jogos de dados por aí, esperando por uma segunda olhada. O lixo de um homem é um tesouro para outro, mesmo na procura por vida no Universo. Tellis estava procurando por toda a lixeira, caso alguém tivesse jogado um diamante fora.

A pesquisa de Telli, como as do SETI, tem suas limitações. Os dados examinados são somente de alguns tipos de estrela, num alcance de banda específico, e na vizinhança cósmica da Terra. O telescópio pode não ter sido capaz de detectar sinais que estavam muito fracos ou muito fortes, e muitos distantes.

O SETI óptico também depende de algo além do nosso controle: um facho de laser que primeiramente tenha sido apontado para a Terra, a fim de que possa ser detectado. Imagine uma outra forma de vida num mundo distante conduzindo o mesmo tipo de procura. Tellis disse:

Se tivéssemos apontado nosso telescópio para a Terra no tipo de distância que temos feito aqui, não veríamos a nós mesmos, porque a Terra não está disparando fachos de laser para o Universo, como sendo um farol de sua existência. Os outros mundos podem também não o estar fazendo.

Cada uma daquelas estrelas poderia ter uma cidade de Nova Iorque, uma Paris, uma Londres, e não teríamos a mínima ideia disso.

n3m3

Fonte

Colaboração: Cesar Oliver

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