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Cientistas descobrem movimento geológico em Europa, uma das luas de Júpiter

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Tempo de leitura: 3 min.
conceptual illustration of the subduction process
Crédito da imagem: Noah Kroese, I.NK

Cientistas encontraram evidência de placas tectônicas na lua Europa, de Júpiter.  A ilustração conceitual acima, do processo de subducção (onde uma placa é forçada sob a outra), mostra como uma porção exterior, fria e quebradiça da plataforma de gelo com 20 a 30 quilômetros de espessura se moveu para o interior da lua Europa e foi finalmente incorporada.  Uma banda de baixo relevo foi criada na plataforma superior, ao longo da qual ‘cryolavas’ podem ter entrado em erupção.

Isto indica o primeiro sinal deste tipo de atividade geológica num mundo além da Terra.

Os pesquisadores possuem evidência visual clara da expansão da crosta gelada de Europa.  Porém, eles não podiam encontrar áreas onde a crosta antiga havia sido destruída para dar espaço para uma nova.  Enquanto examinavam as imagens obtidas no início da década de 2000 pela sonda Galileu da NASA, os geólogos planetários Simon Kattenhorn, da Universidade de Idaho, e Louise Prockter, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, no estado de Maryland – EUA, descobriram algumas fronteiras geológicas anormais.

Temos estado intrigados por anos a respeito de como todo este novo terreno poderia ser formado, mas não podíamos descobrir como ele era acomodado“, disse Prockter.  “Finalmente achamos ter encontrado a resposta.

As plataformas tectônicas fazem parte de uma teoria científica de que a camada exterior da Terra é feita de placas, ou blocos, que se movem, o que mostraria o porquê das montanhas e vulcões se formarem e dos terremotos ocorrerem.

A superfície de Europa – uma das quatro maiores luas de Júpiter, que é um pouco menor do que a lua da Terra – está repleta de rachaduras e cristas.  Sabe-se que os blocos de sua superfície têm se movido da mesma forma que os blocos da partes externa da Terra o fazem em ambos os lados da ‘Falha de Santo André‘, na Califórnia.  Muitas partes da superfície de Europa mostram evidências de extensão, onde bandas de quilômetros de largura formaram-se à medida que a superfície se rasgava e o material gelado da plataforma inferior se movia para o espaço recém criado – um processo similar ao alastramento do leito marinho na Terra.

Na Terra, à medida que o material da nova superfície se forma nas cadeias de montanha no meio do oceano, o material mais antigo é destruído nas zonas de subducção, que são regiões onde as duas plataforma tectônicas convergem e uma se sobrepõe à outra, forçando-a para baixo.  Porém, apesar do grau de extensão evidente da superfície de Europa, os pesquisadores não tinham sido capazes de determinar como a superfície poderia acomodar todo o novo material.

Os cientistas que estudam a lua Europa muitas vezes reconstruíam os blocos da superfície dessa lua na sua forma original – como num quebra-cabeças – a fim de obterem uma imagem de como a superfície se parecia antes do evento ocorrer.  Quando Kattenhorn e Prockter rearranjaram o terreno gelado nas imagens, eles descobriram que aproximadamente 20.000 quilômetros quadrados da superfície estava faltando nas altas latitudes da parte norte dessa lua.

Maiores evidências sugeriram que o terreno desaparecido se moveu sob a superfície da segunda placa – um cenário comumente visto na Terra nas divisas das placas tectônicas.  Kattenhorn e Prockter disseram que os vulcões gelados na placa superior, possivelmente formados através do derretimento e absorção da placa inferior à medida que ela deslizava para baixo, e a falta de montanhas na zona de subducção, implica que o material foi empurrado para o interior, ao invés de ter se enrugado enquanto as duas placas se moviam uma contra a outra.

Os cientistas acreditam que a área subtraída tenha sido absorvida pela plataforma de gelo de Europa, a qual pode ter até 30 quilômetros de espessura, ao invés de tê-la rompido, indo parar no oceano abaixo do gelo.

Europa pode ser mais como a Terra do que imaginamos, se ela tiver um sistema de placas tectônicas global“, diz Kattenhorn. “Não somente esta descoberta a torna um dos corpos mais interessantes geologicamente no sistema solar, mas também implica uma forma de comunicação de duas vias entre o seu interior e o seu exterior – uma forma de mover o material da superfície para o oceano – um processo que tem implicações significativas para o potencial de Europa como sendo um mundo habitável.

Os resultados da equipe de cientistas foi publicado na edição online da publicação Nature Geoscience.

Em julho, a NASA publicou um Anúncio de Oportunidade para propostas de instrumentos científicos que poderiam ser carregados a bordo de uma futura missão para Europa.

Europa continua a se revelar como um mundo dinâmico, com similaridades ao nosso próprio planeta Terra“, disse Curt Niebur, cientista do programa de Planetas Externos, do quartel general da NASA, em Washington.  “O estudo de Europa endereça questões fundamentais sobre esta lua gelada que é potencialmente habitável, bem como para a procura por vida além da Terra.

Descobertas científicas anteriores apontam para a existência de um oceano de água liquida sob a crosta gelada dessa lua.  Este oceano cobre Europa inteiramente e contém mais líquido do que toda a água combinada dos oceanos na Terra.

A sonda Galileu da NASA, lançada em 1989, foi a única missão espacial a fazer visitas repetidas a Europa, passando perto dessa lua uma dezena de vezes.  A missão Galileu terminou quando a sonda foi lançada para dentro da atmosfera de Júpiter, em setembro de 2003, para prevenir um impacto com Europa.

n3m3

Fonte: www.nasa.gov

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