Cinco concepções erradas sobre a vida extraterrestre, de acordo com a ciência
O seguinte artigo, de Natalie Wolchover, foi publicado em 14 de julho de 2012 e atualizado em 12 de fevereiro de 2013 no site huffingtonpost.com.
Mesmo não sendo um artigo atual, ele é de interesse aos nosso leitores, pois mostra o ponto de vista da ciência sobre a vida extraterrestre. E embora devamos respeitar as declarações de cientistas, pois dedicam sua vida ao estudo do desconhecido (de certa forma), não temos que aceitar cegamente todas as suas concepções, pois mesmo os homens da ciência são falíveis e isto tem sido provado praticamente todos os dias.
Veja o que o artigo diz, seguido da minha opinião sobre o que foi dito nele, se lhe interessar:
Nas palavras de Seth Shostak, astrônomo sênior no Instituto SETI, em Mountain View, Califórnia, um alienígena típico de Hollywood é “macio, esponjoso e com muita mucosa”. Estes pedaços de meleca dos filmes de ficção científica estão inclinados a nos abduzir, introduzir-nos sondas, pairar sobre nós e até mesmo caminhar entre nós (disfarçados, é lógico). Mas muito além do escopo limitado de Hollywood, alienígenas podem existir. Como eles se parecem e como realmente encarariam um encontro com humanos?
Astrobiólogos deduziram algumas respostas, através da combinação de seus conhecimentos sobre a vida na Terra, e com sua compreensão do cosmos como um todo. O perfil que eles traçaram dos ETs pode não ser o que você espera.
1. Eles não vêm em paz
O renomado físico Stephen Hawking uma vez alertou que os esforços da humanidade para se comunicar a rádio com os extraterrestres poderia estar nos colocando em perigo. Se os alienígenas detectarem os nossos sinais, então eles são tecnologicamente capazes de virem até aqui – prova de que eles são muito mais avançados do que nós – “Eu acho que o resultado seria parecido a quando Cristóvão Colombo chegou na América, o que não foi muito bom para os nativos americanos“, disse Hawking.
Mas como poderíamos saber se os ETs são maléficos ou o oposto? Shostak disse que não precisamos olhar muito além da Terra. A agressão evoluiu como uma característica de terráqueos porque ela nos ajuda a obter e manter os nossos recursos. Embora os alienígenas teriam surgido e evoluído sob condições totalmente diferentes, as pressões para assegurarem recursos finitos provavelmente teriam moldado seus comportamentos também. “Eu suspeito que os recursos seriam finitos em todos os cantos do universo“, disse Shostak para o Lifes’ Little Mysteries.
2. Eles não nos colocaram aqui
Uma teoria excêntrica comum é a de que os humanos sejam um presente para a Terra. Algumas pessoas dizem que fomos colocados aqui durante uma passagem próxima de um planeta habitado chamado Nibiru. Alega-se que este planeta, o qual na verdade nunca foi observado pelos astrônomos, estaria na fronteira do nosso sistema solar e entraria nele de tempos em tempos.
“Eu recebo e-mails todas as semanas dizendo que o Homo sapiens é o resultado de intervenção alienígena“, disse Shostak. “Eu não tenho certeza do porquê dos alienígenas estarem interessados em nos produzir. Eu acho que as pessoas gostam de pensar que somos especiais. Mas não é isso que deixou em apuros o Galileu e o Copérnico – questionar o quão especial éramos? Mas se formos somente outro pato na estrada, não seria muito excitante.”
3. Eles são imunes às bactérias da Terra
Os visitantes alienígenas à Terra ocasionalmente são mostrados na ficção científica como tendo sido derrotados pela sua própria natureza alienígena. Sem a imunidade às bactérias da Terra, eles todos morrem de infecções. Isto realmente não iria acontecer. “As formas de vida alienígenas não viriam até aqui somente para serem eliminados pelas nossas bactérias, ao menos que fossem bioquimicamente relacionados aos humanos“, disse Shostak. “Para serem perigosas a eles, as bactérias teriam que ser capazes de interagir com sua bioquímica, e sua habilidade de fazer isso está longe de ser certa.”
4. Eles não irão nos comer
Bem como eles não seriam reconhecidos pelos elementos patogênicos locais como um anfitrião em potencial, os alienígenas também não reconheceriam a matéria orgânica da Terra como uma fonte de comida em potencial. Eles não poderiam nos digerir. E, de qualquer forma, eles provavelmente não precisariam fazer isso. Como Jacob Haqq-Misra, astrônomo da Universidade do Estado da Pensilvânia, disse, “Uma sociedade capaz de viagem interestelar já deveria ter resolvido suas questões de desenvolvimento, assim não precisando de humanos para seu alimento.”
5. Eles não irão se acasalar conosco
O DNA humano não combina com XYZ, ou seja lá o que for que codifica a vida alienígena. “A ideia de que eles estão vindo com o propósito de procriar está associada aos desejos de membros da comunidade que não possuem uma boa vida social“, disse Shostak. “Pense sobre o quão bem nós procriamos com outras espécies na Terra, e elas possuem DNA. Seria como tentarmos cruzar com um carvalho.”
– Natalie Wolchover
Fonte: huffingtonpost.com
——-
Particularmente, eu discordo de muito do que foi declarado no artigo acima, especialmente por Seth Shostak. Para mim, uma colocação mais próxima à realidade seria:
1. Eles podem sim vir em paz, ou não
Para este item, Shostak suspeita que os recursos sejam finitos por todo o Universo e que a “agressão evoluiu como uma característica de terráqueos porque ela nos ajuda a obter e manter os nossos recursos“. O artigo vai mais além dizendo que “embora os alienígenas teriam surgido e evoluído sob condições totalmente diferentes, as pressões para assegurarem recursos finitos provavelmente teriam moldado seus comportamentos também“.
Ora, foi utilizada a palavra evolução nas alegações acima. Assim, mesmo se os recursos fossem finitos no Universo (o que não parecem ser), seria tão absurdo assim dizer que uma raça extraterrestre poderia evoluir ao ponto de perder a necessidade de manter seu ‘mecanismo de agressão’? Se há evolução (e evolução significa a mudança de característica, geralmente movida ao melhoramento), então ela pode mudar tudo drasticamente, ao ponto de eliminar mecanismos e sentimentos não mais necessários, não pode?
Das dezenas de bilhões, ou quem sabe mais, de civilizações existentes em todo o Universo (e esta é uma constatação baseada na probabilidade), pode haver todo o tipo de comportamento, com muitos desses comportamentos até inimagináveis a nós humanos.
Assim, a resposta para esta questão, de minha parte, é: sim e não, pois as variáveis podem ser muito maiores do que qualquer ser humano possa imaginar.
2. Há a possibilidade deles terem nos colocado aqui, mas não há provas concretas
Seria um desperdício de tempo discutir sobre este ponto, pois ninguém pode provar de uma forma ou de outra. Contra a ciência, há a questão do ‘elo perdido’, entre outros fatores, e contra os que acreditam na tese de termos sido implantados na Terra, há a questão de falta de provas concretas, além das especulações.
E, ao contrário do que Shostak imagina, acharmos que fomos criados por uma raça de ETs não nos coloca na posição de sermos ‘especiais’, mas sim o oposto disso.
3. Eles podem sim ser imunes às bactérias da Terra, mas não só pelo motivo citado por Shostak
Quando falamos de civilizações alienígenas, estamos falando de algo que não podemos afirmar absolutamente nada com certeza. Assim, é bem plausível que existam no Universo extraterrestres que tenham uma bioquímica totalmente incompatível com a nossa. Desta forma, como citado no artigo acima, as chances deles se infectarem seriam mesmo mínimas.
Mas por outro lado, quem pode afirmar categoricamente que muitas dessas raças não sejam compatíveis conosco bioquimicamente? Quem pode afirmar ao certo que a bioquímica da Terra não seja possível em outros planetas?
Contudo, mesmo se esse for o caso, minha suspeita é a de que se eles adquiriram uma tecnologia tão avançada para cruzarem o espaço, de um sistema solar ao outro, então aposto que poderiam também desenvolver sua medicina ao ponto de serem imunes a qualquer bactéria ou vírus, seja por meio de uma ‘vacina universal’, seja por meio de mutações genéticas.
Faltou Shostak usar um pouco mais de sua imaginação. Provavelmente, considerando-se a diversidade que possa existir no Universo, eu também devo ter falhado com a minha e pode haver uma gama de outras possibilidades para os ETs tecnologicamente evoluídos serem imunes às nossas doenças.
4. Eles não irão nos comer, mesmo! E ponto final.
Aqui está outro ponto que não vale a pena discutir. Chega a ser absurdo. Mas, de qualquer forma, na minha opinião, Shostak está certo quanto ao fato deles não virem para nos comer, mas, se limitou a achar que só há a possibilidade deles serem tão diferentes de nós que seríamos incompatíveis.
Assim, concordo plenamente com as declarações de Jacob Haqq-Misra: “Uma sociedade capaz de viagem interestelar já deveria ter resolvido suas questões de desenvolvimento, assim não precisando de humanos para seu alimento”. E esta é uma posição que já indiquei nos parágrafos acima e que para mim faz todo o sentido do mundo… ou melhor dizendo, do Universo.
5. Devido a diversidade que possivelmente existe no Universo, alguns deles poderiam sim se acasalar conosco, se quiserem
No artigo acima, novamente Shostak entra na síndrome do ‘8 ou 80’, esquecendo que há dezenas de números entre os dois algarismos. E essa posição assumida por Shostak é um tanto estranha para um homem da ciência, penso eu.
Agora, lamentável mesmo é Shostak ter menosprezado, e até mesmo insultado, as pessoas que consideram esta possibilidade, dizendo que a “ideia de que eles estão vindo com o propósito de procriar está associada aos desejos de membros da comunidade que não possuem uma boa vida social“.
Isto até tirou a minha inspiração para continuar a escrever sobre Shostak. Não vale a pena.
n3m3